segunda-feira, 8 de maio de 2023

Japão inicia fase pós-pandêmica com fim das medidas contra COVID

Veja como ficam os custos de atendimento, medidas contra infecção e campanhas de vacinação

COVID-19
A partir desta segunda-feira (8) a COVID-19 será tratada no mesmo nível da gripe sazonal, eliminando uma série de medidas restritivas contra o coronavírus. A mudança no status da doença foi anunciado em janeiro, seguida do relaxamento no uso de máscaras em março e pelo fim dos controles de fronteira nos aeroportos do país, não sendo mais necessária comprovação de vacinação ou de apresentar teste de PCR negativo, noticiou o Japan Times. 

A decisão do governo japonês vem logo após o anúncio da Organização Mundial da Saúde (OMS) do fim da emergência de saúde global. Veja as mudanças que ocorrem a partir de agora. 

Medidas anti-infecção
Agora o governo não pode emitir ordem nem pedir que os infectados ou seus contatos próximos fiquem em quarentena e também não poderá declarar estado de emergência ou outro recurso relativo ao tema. A decisão de como proceder, como é o caso de usar máscara, por exemplo, ficará ao cargo dos indivíduos e empresas.

A COVID-19 ainda traz riscos à saúde de idosos e pessoas com condições pré-existentes, e as infecções por coronavírus não vão cessar, tanto é que houve um ligeiro aumento no número de pessoas infectadas nas últimas semanas. Especialistas já alertaram para a chegada da nona onda de infecções, que provavelmente ocorrerá nos próximos meses, podendo ser maior do que a oitava onda, porque a imunidade da população adquirida por meio de infecções naturais permanece mais baixa no Japão do que em outros países.

Caso alguém tenha sintomas da doença, a partir desta segunda-feira o governo sugere que a pessoa se isole por cinco dias – que é o período com maior probabilidade de infectar outras pessoas. Caso os sintomas permaneçam após esse período, o Ministério da Saúde recomenda que a pessoa fique em casa e espere 24 horas até os sintomas como febre, dor de garganta diminuírem.

Custos
A partir de agora os pacientes pagarão basicamente entre 10% e 30% do custo do exame, como normalmente fazem no sistema público de saúde. Para quem está inscrito no seguro de saúde público (shakai hoken ou kokumin kenko hoken), um teste de antígeno custa ¥2.271 e um teste PCR, ¥3.489. Quando surgirem pessoas infectadas em instituições médicas, asilos ou instalações para deficientes, onde há muitas pessoas com alto risco de adoecer gravemente, as províncias realizarão testes intensivos gratuitos nesses locais.

Para aliviar o fardo dos pacientes, o governo continuará arcando com o custo dos medicamentos para COVID-19, pelo menos até o final de setembro, incluindo o molnupiravir, vendido sob a marca Lagevrio; nirmatrelvir-ritonavir, vendido sob a marca Paxlovid; e ensitrelvir, vendido como Xocova.

O governo central também subsidiará o custo da hospitalização, descontando as taxas hospitalares em até ¥ 20.000 (US$ 148), pelo menos até setembro.

Estimativa do Ministério da Saúde aponta que se alguém visitar um médico e receber uma prescrição de molnupiravir e o analgésico calonal, a partir de segunda-feira os valores a serem pagos nas clínicas para o mesmo tratamento serão entre ¥ 1.240 e ¥ 1.390, se tiverem mais de 75 anos, e ¥ 3.710 e ¥ 4.170 se tiverem menos de 70 anos. 

Apesar da redução do apoio financeiro aos hospitais que atendem pacientes com COVID-19, o governo criará novos auxílios para incentivar as instituições médicas a oferecer cuidados para a condição pós-COVID, também conhecida como COVID longa, que ocorre quando a pessoa sofre com sequelas da doença por mais de dois meses. Cada governo provincial lista os nomes das instituições que prestam cuidados pós-COVID em seus sites.

Vacinas
O Ministério da Saúde planeja oferecer vacinas gratuitamente por pelo menos mais um ano, embora a atual campanha de vacinação voltada para todos com 12 anos ou mais tenha terminado no domingo. 

Uma nova campanha de reforço inicia nesta segunda-feira para pessoas com 65 anos ou mais, com doenças subjacentes e profissionais de saúde, além de funcionários de asilos e instalações para pessoas com deficiência. Isso será seguido por outra vacinação no outono, quando um novo lançamento de reforço está agendado.

O governo continuará vacinando crianças de 5 a 11 anos até o outono.

Monitoramento
A partir de agora o governo não monitorará diariamente as infecções, como de novos casos, de pacientes graves ou de mortes. Solicitará, porém, relatórios semanais para cerca de 5.000 hospitais e clínicas já designados. 

No caso de pacientes gravemente enfermos, o Ministério usará um banco de dados de gerenciamento hospitalar separado para acompanhar as hospitalizações, casos internados em unidades de terapia intensiva e pessoas em respiradores artificiais. 

Com relação ao número de mortes, levará cerca de dois meses para compilar o total e cinco meses para descobrir que tipo de complicações – como insuficiência cardíaca ou pneumonia – levaram às mortes.

Escolas e empresas 
Orientação do Ministério da Educação é que os alunos infectados podem retornar à escola cinco dias após os sintomas surgirem e um dia após o desaparecimento deles. As escolas também não precisarão verificar as temperaturas dos alunos. 

Com relação ao trabalho remoto, mais de 70% dos trabalhadores agora se deslocam para o escritório pelo menos três dias por semana, segundo uma pesquisa feita em janeiro pela Receptionist com 400 trabalhadores. 

É provável que a tendência se acelere com a mudança de classificação, com muitos empregadores planejando o retorno total de seus funcionários a partir de segunda-feira.
Fonte: Alternativa

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